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Águas passadas

Eduardo Filizzola e Marcus Mendra

Amor dentro de mim

é o que resta vivo de você

me tornei

um escravo desse ardor

e nas ausências todas que vivi

a sua não me deixou

Entranhas navegar

Reviver as sombras de você

é querer morrer até nascer

embriagado até enlouquecer

viver é ter ilusão

De mim dentro do amor

vivo de você o que restar

Eu serei

a espera sem cessar

das vidas todas que abandonei

a sua mão me chamou

Águas passadas

movem os moinhos da saudade

remoendo grãos de eternidade

pra me alimentar

Vidas guardadas

nossas almas loucas misturadas

nossas mãos por lágrimas lavadas

dos crimes do amor