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Rua

Eduardo Filizzola

Quando as luzes se acendem na rua

Brilham os dentes da noite

Correm as sombras errando

Acertando

Buracos de pedra e de bala

Embala os vivos

O som dos tambores

Buzinas e choros e risos

E a morte faminta revolve o lixo

Entre cristais e pratarias

Quando as luzes se apagam na rua

O sol cega estrelas e luas

Vampiros se oculescuram

Martelos demolem os medos

A vida cachoéra nos rios

E explode entre paus

Pedras e moinhos

E a morte sedenta é um mar de sangue

Doce como um sonho eterno